Quem visita o Espaço Aruzz pela primeira vez se surpreende com a elegância e o bom gosto de seus múltiplos ambientes, criado para a realização de eventos exclusivos. O local recebeu um grupo de convidados para a degustação de um set de rótulos de destaque das vinícolas De Martino e Riccitelli Wines.

Dentre os vinhos apresentados, o Riccitelli The Party Malbec 2021 (abaixo), um tinto elaborado com 100% da uva Malbec e que, por sua leveza e elegância, se distingue de muitos de seus congêneres tradicionais.

Matias e Marco de Martino desenvolvem um primoroso trabalho de vinificação que se inicia no campo, com a cuidadosa condução orgânica de seus vinhedos, a escolha das castas mais adequadas aos terrenos e microclimas e continua pela utilização de métodos cuidadosos de vinificação, da escolha dos vinhos para a produção dos cortes e, por fim, o amadurecimento de seus vinhos.

À esquerda, Matias Ricittelli e, à direita, Marco De Martino

Marco, por exemplo, aboliu na De Martino o uso de barricas novas, por seu exagerado aporte de madeira nos vinhos. “Barrica nova e pequena é como cozinhar em fogo alto, você não tem total controle do processo e acaba aportando madeira em excesso aos vinhos”, diz ele, que prefere barricas usadas de grande porte, os foudres, que para ele são como “cozinhar controladamente em fogo baixo”.

Um dos tintos que se destacaram nessa noite foi o excepcional De Martino Cellar Collection Viejas Tinajas (abaixo), um corte das uvas Cinsault e Carignan provenientes das regiões costeiras de Maulino e Itata. O vinho fermenta em antigas ânforas de argila – daí o seu nome. Com excelente complexidade, aos nove anos mostra que tem muito pela frente.

Um dos rótulos que surpreenderam os convidados foi o Riccitelli Chenin Blanc (abaixo). A Chenin é uma variedade branca muito versátil, muito utilizada para espumantes, varietais (vinhos de uma só uva) e cortes com outras castas. As videiras que dão origem as uvas deste vinho foram plantadas há quase 50 anos em solos calcários, livre de defensivos agrícolas e sem irrigação artificial.

Um branco austero, que por sua delicada filtragem pode apresentar algum sedimento e turbidez. Seus aromas cítricos lembram limão siciliano e lima, com notas de frutas brancas como maçã verde. No paladar é seco, com pronunciada acidez e persistência.

Matias é um artesão, sempre focado em seus diminutos vinhedos de baixa produção para a elaboração de seus vinhos personalíssimos. Ele maneja um coletivo de vinhedos de parceiros produtores, sempre com manejo orgânico e foco na qualidade. O resultado são vinhos exclusivos, de grande identidade e pequeníssima produção. Marco, por sua vez, vinifica com maestria uvas produzidas nos mais variados vinhedos espalhados de norte a sul no Chile, em sua vinícola familiar situada na belíssima Isla del Maipo, no vale de mesmo nome.

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