Os sistemas de pontuação classificam os vinhos por sua qualidade. E o que define a qualidade de um vinho? De modo geral, é a somatória de seus atributos olfativos, gustativos e visuais. Tecnicamente se diz, de suas características organolépticas. Do conjunto da obra.

E como isso funciona? Os métodos variam, mas em geral os vinhos são testados por times de degustadores profissionais (que desconhecem os vinhos que estão degustando) e aos rótulos são atribuídos pontos.

Porém, seja qual for o critério de avaliação e por mais idôneos e competentes os avaliadores, há sempre uma dose de subjetividade. O mundo do vinho é sensorial e as avaliações são inevitavelmente influenciadas por gostos pessoais e estados de espírito. Desta forma, a pontuação de um vinho pode ser levada em conta e servir eventualmente de referência na hora de comprar um rótulo, mas não deve ser tomada como verdade absoluta ou balizar todas as compras.

As principais entidades avaliadoras pontuam os vinhos de 50 a 100 e atuam de forma restrita aos principais países e regiões produtoras. Há muitas avaliações de vinhos de Bordeaux, Borgonha, Napa Valley, Toscana, Rioja e Mendoza, mas quase ninguém se debruça sobre vinhos desconhecidos, de pequena produção e regiões fora do jet set.

Mas e aquele vinho surpreendente que te encantou, em uma pequena ilha na costa da Croácia, feito com aquela uva de nome impronunciável que só tem ali, que você sempre se lembra da experiência, que custou barato e que, se possível, você teria trazido algumas garrafas para casa? Quantos pontos tem aquele vinho? As pontuações certamente são didáticas e nos permitem ter uma visão mais abrangente da qualidade dos vinhos, mas sobretudo, o vinho entrega experiência e emoção, algo difícil de atribuir pontos. Bebemos vinhos, não pontos.