Dizem que no início do século 20 já era uma comida caseira dos romanos, que o faziam com o Penne. Outros afirmam que surgiu muito antes, no Lazio, entre os “carbonai”, homens que trabalhavam nos bosques carbonizando a madeira e produzindo carvão vegetal. O historiador gastronômico italiano Luca Cesari, autor da obra “Storia della pasta in dieci piatti. Dai Tortellini alla Carbonara” (A história da massa em dez pratos: Do Tortellini ao Carbonara), afirma que o Carbonara foi criado pelo cozinheiro bolonhês Renato Gualandi, que inventou um macarrão com ovos, creme de leite, queijo e bacon, e o servia à oficiais americanos e britânicos que ocuparam a Itália no fim da Segunda Guerra. Posteriormente, o prato teria sido refinado e o creme de leite teria sido banido – e desde então considerado uma heresia. Assim como o bacon, substituído pelo guanciale ou, como segunda opção – nem sempre bem aceita, a pancetta.

E que vinhos combinam com o Spaghetti alla carbonara? São preferíveis os brancos, cujo frescor e acidez são um contraponto à gordura do prato. Os tintos devem ser evitados, mas se for inevitável, que seja um tinto jovem, de maior frescor, sem passagem em barrica e, principalmente, menos tânico, pois o tanino não combina com a gema do ovo, ingrediente central do prato. A ideia é que a acidez e o frescor “limpem” o paladar, ao contrário do tanino, que dá a sensação de ressecamento.  

Testamos com o Carbonara o vibrante DE MARTINO SINGLE VINEYARD TRES VOLCANES CHARDONNAY, um magnífico Chardonnay de clima frio, que se percebe por seu exótico aroma cítrico de maçã verde e ervas. No paladar é complexo, com notas lácticas, cremosidade, muito frescor, acidez exuberante e um final longo e persistente. Um vinho pronto para beber e com potencial de guarda para 10 anos.