Três perguntas

Alejandro Cardozo, um enólogo de muitos vinhos

O uruguaio Alejandro Alberto Cardozo Rapetti está no Brasil desde 2002 e é, atualmente, uma figura de proa no cenário do vinho em nosso país, por sua reconhecida competência em elaborar vinhos para os mais variados e bem sucedidos projetos

Alejandro Cardozo, um enólogo de muitos vinhos

Em 2021, Alejandro foi eleito pelo respeitado Guia Descorchados o enólogo do ano e foi também escolhido pela ABE, a Associação Brasileira de Enologia, como Enólogo do Ano 2021 no Brasil. Conhecido com o “mago dos espumantes sul americanos”, Alejandro é proprietário da EBV, Empresa Brasileira de Vinificações, e presta consultorias para vários projetos de vinícolas no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Chile. “Todos os dias nos deparamos com situações incomuns e desafios”, diz ele. Conversamos um pouco com Alejandro, sempre muito atarefado entre muitos projetos.

1) Se pudermos escolher um, em sua opinião qual é o principal desafio para um enólogo ser bem sucedido?
É fundamental provar muito, viajar e conhecer regiões vinícolas e fazer intercâmbio de ideias. Investir em conhecimento. Só assim terá bagagem suficiente para entender melhor esse vasto mundo do vinho e adquirir a bagagem necessária para elaborar seus próprios vinhos.

2) O que há de positivo e o que é preciso melhorar no vinho brasileiro?
Há muitas coisas positivas, mas uma das principais é a vastidão territorial do país. O Brasil produz bons vinhos desde a fronteira com o Uruguai até o Nordeste, desde regiões mais costeiras até o interior. Isso dá ao vinho brasileiro uma infinidade de possibilidades. Mas é preciso investir mais em conhecimento e, principalmente, melhorar a comunicação.

3) Os vinhos naturais, aqueles produzidos com a filosofia da mínima intervenção, parecem ter vindo para ficar. Porque tanta controvérsia a respeito deles e o que falta melhorar nesse aspecto?
Sim, os vinhos naturais ou orgânicos vieram para ficar. Há ainda muita polêmica a respeito e muito debate sobre o que é um vinho natural. Nem esse conceito está bem definido ainda, então é natural a controvérsia. O que eu posso dizer é que hoje a qualidade e a regularidade destes vinhos vêm aumentando substancialmente. Assim, acredito que vai crescer a presença deles nos mercados brasileiro e mundial.

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